Como parte das atividades da Semana de Planejamento do Macu, tivemos a honra de participar de um evento verdadeiramente enriquecedor: uma palestra com o professor Raimundo Kambeba, uma figura inspiradora e líder indígena de destaque.
Diretor da Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua, no Amazonas, o professor Kambeba nos conduziu por um mergulho profundo nos “Saberes Indígenas, Educação Intercultural e Fé Ancestral”. Foi uma tarde de aprendizado, desconstrução de preconceitos e fortalecimento da valorização da cultura dos povos originários.
Desde o primeiro momento, a paixão e o conhecimento do professor Kambeba ficaram evidentes. Ele nos lembrou da riqueza incomensurável dos saberes indígenas, muitas vezes relegados a segundo plano na educação tradicional. De forma envolvente, Raimundo Kambeba destacou como a natureza é a grande mestra dos povos indígenas, ensinando sobre sustentabilidade, respeito e interconexão.
Através de exemplos práticos e histórias de sua comunidade, ele ilustrou a profundidade de conhecimentos que vão desde a medicina tradicional à astronomia, da agricultura à complexa cosmologia. É um patrimônio de conhecimento que a humanidade precisa aprender a valorizar.
A palestra também abordou a educação intercultural, um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. O professor Kambeba enfatizou a importância de um modelo educacional que valorize e integre os conhecimentos indígenas, e não apenas os ensine como um “conteúdo” à parte.
Ele defendeu que a verdadeira educação intercultural promove o diálogo, o respeito mútuo e a troca de saberes entre diferentes culturas, enriquecendo a todos e todas. A Escola Kanata T-Ykua é um exemplo vibrante desse ideal, onde crianças e jovens aprendem a valorizar suas raízes, enquanto se preparam para os desafios do mundo contemporâneo.
Um dos momentos mais tocantes da apresentação foi quando o professor Kambeba discorreu sobre a fé ancestral. Ele compartilhou a profunda conexão espiritual que os povos indígenas mantêm com a terra, os rios, as florestas e todos os seres vivos.
Essa fé não se baseia em dogmas rígidos, mas em uma relação de reverência e gratidão com a natureza e os antepassados. É uma espiritualidade que permeia o cotidiano, orienta as decisões e fortalece a identidade.
Ao final, a palestra do Professor Raimundo Kambeba foi um convite à reflexão e à ação. Saímos não apenas com mais informações, mas com uma perspectiva renovada sobre a importância de valorizar, respeitar e aprender com os povos indígenas.
Ele nos deixou a mensagem de que a preservação dos saberes e da fé ancestral indígena é um patrimônio de toda a humanidade, essencial para construirmos um futuro mais consciente e harmonioso.