Alinhado ao novo tema em investigação no Macu, o encontro do Café Teatral do mês de abril teve a participação da fotógrafa Marcelle Cerutti. “Encantamento da Vida Através da Fotografia” foi o título de sua fala, que apresentou diferentes aspectos sobre a arte de fotografar.

 

Quem é Marcelle Cerutti?

Marcelle Cerutti fez seu primeiro curso de fotografia quando tinha dezenove anos em Florença, na Itália. Somado a isso, ela é também ex-aluna do Macu e hoje já acumula mais de oito anos de experiência como fotógrafa.

Sua formação como atriz sensibilizou seu olhar para os registros teatrais, área em que tem uma enorme bagagem. Trabalhando para o mercado publicitário, as fotos de Marcelle Cerutti são sempre marcadas pela paixão e autenticidade.

Criadora do projeto Cara de Mãe, Marcelle Cerutti procura construir novas referências imagéticas das mulheres. Sua proposta é a realização de ensaios para retratar mães para além da maternidade.

O treino do olhar 

No encontro do Café Teatral e com base em suas vivências, Marcelle Cerutti falou sobre o necessário treino do olhar. E isso porque um dos desafios do fotógrafo é superar as dificuldades, a fim de conseguir enxergar a beleza. 

Nesse sentido, Marcelle Cerutti enfatizou a noção de encantamento através da fotografia. E buscou mostrar como essa forma de ver a vida deve ser uma ação praticada todos os dias. 

Para reforçar essa ideia, Marcelle Cerutti apresentou referências de fotógrafos que a inspiram e a ajudam a lançar um olhar de encantamento para o cotidiano. E alguns dos profissionais que ela admira são:

 

Stefania Bril (1922-1992): com humor, ela focaliza a aparente normalidade das cenas, ao retratar detalhes incomuns do cotidiano urbano. 

Walter Firmo (1937 – ): uma vertente de seu trabalho são as imagens de festas populares registradas por todo o Brasil, do carnaval do Rio de Janeiro ao Bumba meu Boi no Maranhão. 

Luiz Braga (1956 – ): muito interessado em capturar a realidade que circunda a cidade de Belém, onde vive, ele põe foco nos espaços urbanos que permeiam a floresta.

 

 Além dessas e de outras referências, Marcelle Cerutti expôs algumas fotos que tira apenas para exercitar. E deu dicas de lugares que frequenta, para alimentar sua imaginação. 

 

Viver ou registrar 

Para finalizar, Marcelle Cerutti abordou um paradoxo: qual o limite entre viver e registrar o momento? Ou seja, como equilibrar a experiência em si e a mediação das lentes de uma câmera fotográfica ou celular? 

Questionamento importante, que se refere a uma das maiores preocupações da sociedade contemporânea, pautada pela mídia. E que, portanto, gerou um potente debate entre os participantes do Café Teatral.

Além das conexões com o atual tema de investigação no Macu, a fala de Marcelle Cerutti encorajou os interessados a se aventurarem na arte da fotografia. Lançando ainda provocações de impacto, levou a plateia a refletir sobre temas de grande pertinência.

Uma alegria para o Macu receber essa brilhante profissional! E inspirar os jovens a experimentarem olhares de encantamento para a vida! 

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