Antes de tudo, em comemoração aos 50 anos do Macu e aos 15 anos do Café Teatral, o encontro do mês de março foi marcado pela participação especial de ex-alunos formados pela escola do Macu há 20 anos que se destacaram na cena teatral brasileira. Dentre eles, Marcos Felipe e Sandra Modesto, integrantes da renomada Cia. Mungunzá. 

“Produção teatral em zona de fronteira” foi o título da comunicação de Marcos Felipe e Sandra Modesto, da Cia. Mungunzá.  E um dos temas abordados pela dupla foi as tensões vivenciadas pelo coletivo, que escolheu atuar no território da Luz, marcado pelo que se conhece como “Cracolândia”.

Além disso, neste artigo, vamos explorar a trajetória dessa companhia de teatro contemporâneo e como a formação no Macu contribuiu para seu sucesso.

A Formação no Macu e o Surgimento da Cia. Mungunzá

Acima de tudo, Marcos Felipe e Sandra Modesto trilharam uma linda trajetória durante sua formação no Macu e são até hoje lembrados com muito carinho por seus professores. Sob a direção de Wanderley Martins, conhecido como Wandeco, dirigiu e participou de processos que os moldaram como artistas.

Nesse sentido, o espetáculo de formatura, “Calabar” de Chico Buarque e Ruy Guerra, foi o marco inicial da parceria entre Marcos e Sandra. E a parceria entre direção e elenco foi tão rica, que eles tiveram a iniciativa de montar uma companhia de teatro dirigida por Wanderley Martins. Contudo, embora a iniciativa de fundar uma companhia teatral não tenha prosperado na época, novas oportunidades surgiram.

A Criação e Consolidação da Cia. Mungunzá

Em 2008, Marcos Felipe e Sandra Modesto fundaram a Cia. Mungunzá de Teatro, focada na pesquisa do teatro contemporâneo. Com uma equipe de 5 artistas, a companhia rapidamente se destacou pela sua abordagem inovadora e pela alternância de diretores em suas produções.

Sobretudo, um traço distintivo do grupo é a alternância dos diretores ou diretoras, que transforma cada montagem num “encontro estético diferente”. Assim, já trabalharam com a Cia. Mungunzá Georgette Fadel, Luiz Fernando Marques, Rogério Tarifa, entre outros. 

Um sucesso de público e crítica: Reconhecimento e Expansão

Dessa forma, o primeiro “encontro” do coletivo foi com o diretor Nelson Baskerville, em 2011, e resultou no espetáculo Luis Antonio-Gabriela. Baseado na história real de Baskerville, a dramaturgia apresentava ao público a transformação de Luis Antonio em Gabriela.

Ainda mais, a peça foi construída por meio do levantamento de fotografias, diários, cartas e da realização de entrevistas com familiares e amigos. O texto foi escrito pelo diretor do espetáculo junto com os integrantes da Cia. Mungunzá de Teatro. E a potência desse trabalho gerou um enorme sucesso de público e crítica!

A consolidação do trabalho

Apesar disso, a Cia. Mungunzá se consolidou como uma das principais referências do teatro contemporâneo brasileiro. Com premiações e apresentações em diversos estados do Brasil e até mesmo no exterior, circulando por 19 dos 26 estados brasileiros e se apresentando em Coimbra (Portugal) e em Thrissur (Índia). Seus trabalhos foram premiados no estado de São Paulo com o Prêmio Shell, Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), entre outros.

Em 2017, construíram o Teatro de Contêiner Mungunzá, um marco importante social no cenário cultural de São Paulo. Pensado para ser “apenas um teatro”, o Teatro de Contêiner hoje abriga muitas linguagens, coletivos, movimentos e grupos.

Falar de Marcos Felipe e Sandra Modesto é falar da linda história que a Cia. Mungunzá vem escrevendo! E é falar também que a chama gerada nos anos de Macu vingou e hoje eles realizam um trabalho incrível no cenário cultural brasileiro! 

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