No dia 16 de maio, o Macunaíma realizou mais uma abertura de processo criativo, ação artístico-pedagógica de partilha com o público. Esse encontro foi motivado pelas investigações de uma turma do módulo PA3, da Unidade Barra Funda do Macu, orientada pelo professor André Haidamus. E contou com a apresentação dos estudos cênicos dos atores e atrizes em formação na relação com a obra Amores Surdos, de Grace Passô.

A obra Amores surdos 

Amores surdos é uma criação do grupo espanca!, de Minas Gerais, que desde a sua fundação, em 2004, busca no teatro uma reavaliação da ética. A peça foi escrita por Grace Passô, que também atou no espetáculo, e narra o cotidiano de uma família aparentemente comum.

No entanto, as relações familiares, por mais amorosas e afetivas que sejam, traduzem uma distância insuperável. E a falta de comunicação impede uma compreensão mútua entre as personagens. Cria-se então um abismo no seio familiar, que só diante de uma ameaça maior poderá ser rompido.

A participação de Rita Clemente

A abertura de processo teve a participação da atriz e encenadora Rita Clemente, que dirigiu Amores Surdos com o grupo espanca! em 2006. À distância, de Belo Horizonte-MG, ela falou sobre a obra e colaborou com provocações e reflexões sobre o fazer teatral, a arte e a vida.

            Destacamos aqui uma de suas falas, que muito contribuiu para as concepções teatrais de atores e atrizes em formação: “Atuamos porque há vocabulário cênico, é preciso pensar a atuação também como modos de articular a cena e não só dizer textos, sentir emoções. Creio que isso nos vincula, a própria cena é uma escrita que submete a atuação, além do próprio texto.”

O diálogo com o público

Logo após as considerações de Rita Clemente, a turma orientada pelo professor André Haidamus apresentou uma sequência de estudos de cena (études). Na relação com a peça Amores Surdos, o grupo se propôs a olhar para a obra hoje, aqui e agora. Ao mesmo tempo em que atores e atrizes buscaram revelar a Supertarefa: Ecoar coletivamente no jogo da vida.

A partir da apresentação, foi aberto um diálogo com o público presente. Nessa conversa, foram destacados os principais momentos do percurso de criação, treinamentos, referências, conceitos do Sistema Stanislávski, registros etc. Foi um bate-papo muito enriquecedor tanto para os estudantes quanto para o público que participou ativamente com perguntas, inquietações e olhares emocionantes.

O encontro teve a presença de atores e atrizes já formados pelo Macu, estudantes, professores e professoras de outras turmas e horários. Além disso, comparecem pessoas interessadas na formação artística, na criação teatral e no Sistema Stanislávski.

            Finalizamos esse registro com a mensagem de Rita Clemente no Instagram do Macu após a abertura de processo: “Honra e prazer. Foi animador ver os exercícios antes do encontro e ter a oportunidade de falar sobre um processo. Dialogar é sempre o melhor caminho.” Que possamos abrir cada vez mais possibilidades de diálogo sobre o fazer teatral, a arte e a vida! Viva o teatro e os bons encontros que ele oportuniza!

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