Em primeiro lugar, no dia 22 de março, a dramaturga e roteirista Maria Shu esteve no Macu, para um bate papo com as turmas de Atuação. Sobretudo, sob o título “Raízes, Descendências e Ancestralidades”, sua fala teve o objetivo de contribuir para o tema de investigação deste semestre.

O sistema de Stanislávski – Raízes e Descendências é o enunciado que está orientando as pesquisas artístico-pedagógicas da escola. E que, enquanto desdobramentos, se estende a questões relacionadas à ancestralidade, cultura e tradição.

 O processo de criação de “Amazônias” 

Antes de mais nada, o processo de criação de “Amazônias”  partiu da proposta do Sesc para uma montagem conduzida pela diretora-pedagoga, filiada à tradição teatral russa, Maria Thaís. Além disso, esse projeto envolveu uma extensa produção coletiva realizada durante seis meses, com 35 jovens criadores entre 16 e 20 anos.

Nesse sentido, em sua maior parte, os jovens selecionados cresceram nas periferias de São Paulo, resultando num elenco formado majoritariamente por negros e indígenas

Assim, inspirados pelas realidades e culturas amazônicas, esses jovens foram incentivados a refletir sobre a experiência de seus contextos e a expressar suas próprias narrativas.

Ainda mais, os participantes tiveram acesso a palestras e discussões sobre as culturas amazônicas, o que veio a se somar com um intenso treinamento físico. Dessa forma, o grupo selecionado mergulhou num profundo processo de pesquisa e preparação, contribuindo diretamente para a construção do espetáculo.

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 “Amazônias”: O espetáculo

A princípio, a dramaturgia de Amazônias”  abrangeu dança, teatro, música e palavra. Sendo que o elenco colaborou com a criação de todas as linguagens, tanto elaborando cenas quanto propondo canções e coreografias.

Assim como, esse amplo trabalho envolveu uma numerosa equipe, dividida em núcleos, como: audiovisual, de movimento, de sonoridade, entre outros. Do mesmo modo, a encenação suprimiu a quarta parede, integrando atores e espectadores por meio de passarelas que avançavam do palco para a plateia.

Sobretudo, grande destaque teve a trilha sonora, que procurou refletir o imaginário amazônico e, ao mesmo tempo, paulistano. Interpretadas ao vivo, três canções são originais, criadas para o espetáculo, e as demais são recriações, que incluem do carimbó ao brega funk.

Maria Shu: A partilha

Todavia, alguns atores e atrizes de “Amazônias” estiveram em uma das reuniões pedagógicas, que acontecem semanalmente, para conversar com os professores da escola. Esse encontro foi viabilizado por Clara Beatriz, aluna do Macu que se formou atriz em 2019 e hoje é uma das atuantes do espetáculo.  

Em visita à escola, eles partilharam a pesquisa do grupo, o processo de criação do espetáculo e a experiência da temporada no Sesc. E reforçaram os aspectos que inspiraram a concepção do tema de investigação do semestre no Macu: O sistema de Stanislávski – Raízes e Descendências.

Acima de tudo, propondo um diálogo sobre as Amazônias, suas histórias, seus povos e suas culturas, estabeleceu-se assim as conexões com a nossa ancestralidade, cultura e tradição. Alguns sentidos que orientam as reflexões sobre o tema e que estão sendo privilegiados nos estudos e discussões do corpo docente do Macu.

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